Caetano Veloso na GQ de outubro: “ouvir e ver Majur é, hoje, um luxo para os brasileiros”

Caetano Veloso apresenta a cantora baiana Majur na GQ Brasil de outubro, que chega às bancas nesta quarta-feira (02.10). “Uma expressão artística saída da zona nuclear da sociedade baiana, de sua história e de seus espontâneos projetos rebeldes”, relata o cantor nas páginas da revista das Edições Globo Condé Nast (EGCN), ilustrado por um clique de Vavá Ribeiro. No texto da seção GQ Vozes, ele narra o dia que os dois se conheceram em sua casa. Eles acabaram se encontrando antes de serem apresentados oficialmente por Maria Gadú e Lua Leça – que haviam levado a cantora para um sarau na casa de Caetano.

 

“Desde esse instante fiquei sabendo que era indiferente chamá-la de ela ou ele: diz-se não binário. É uma menina de 23 anos, pertence à geração que trata desses assuntos de fluidez de gênero com naturalidade”, reflete. “Ouvir e ver Majur é, hoje, um luxo para os brasileiros. Que o Brasil acerte a fazer vozes como a sua ecoarem no mundo. Que sua elegância ensine os modos refinados ao mundo meio desengonçado que temos hoje em dia. E que o brilho de sua pele o ilumine (…)”Majur não é só uma voz potente. Muito menos apenas uma pessoa exuberante, de pele muito lisa e quadríceps deslumbrantes, que não se define pelo sexo biológico em que nasceu”, discorre.

 

No texto, Caetano enaltece qualidades, como sua familiaridade com o Carnaval e o rap, além das influências de trap e reggaeton que compõem sua formação musical. “Majur tem ouvido para o desenrolar do Rhythm & Blues e compõe e canta dentro do gosto pop da história dessa corrente. É o pop captado diretamente pela sensibilidade popular, constantemente refeito por essa sensibilidade que lhe deu nome”, sinaliza. Para quem não está familiarizado, Majur apareceu recentemente no single “AmarElo”, parceria com Emicida e Pabllo Vittar. A faixa empresta o nome ao novo trabalho do veterano rapper paulistano.